Uma situação de crise a vários níveis: político (“Nem rei nem lei, nem paz nem guerra”); crise de valores morais (“Ninguém sabe que coisa quer,/ (...) nem o que é mal, nem o que é bem”); crise de identidade ("ninguém conhece que alma tem"). A situação é, portanto, de incerteza e de indefinição. "Ó Portugal, hoje és nevoeiro... ", conclui o sujeito poético. No entanto, e apesar desta constatação, não deixa de lançar o desafio: "É a hora! "
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O segredo é a alma do socialismo
ResponderEliminarAo esconder o "parecer" do "grupo de trabalho" sobre a vacinação das crianças, a DGS limitou-se a desempenhar o seu papel: servir o poder e desprezar o interesse público. Público ou privado, de resto, o "parecer" não prometia. Agora que ordens superiores, atentas ao dia 30 de Janeiro, decretaram a divulgação daquilo, percebe-se que a DGS colheu as opiniões alucinadas e ignorou ou desvalorizou explicitamente as restantes, ouvindo apenas os "peritos" empenhados em dizer o que a DGS queria ouvir. A DGS, vírgula: é duvidoso que a DGS sequer exista. Bem espremido, aquilo é uma senhora que se alivia de frases e que depois nega essas frases sempre que o governo a "aconselha". A conhecida dra. Graça é um matraquilho que o dr. Costa utiliza para fingir que as decisões políticas carregam legitimação técnica.
O problema do episódio em causa não é tanto o "parecer" (ofensivo para boa parte dos profissionais de saúde e para a totalidade do bom senso), e sim o esforço na respectiva ocultação. Começa a ser um hábito local, não restrito à DGS. Nas sociedades democráticas, que aliás já viram melhores dias, assuntos delicados arriscam despertar uma barafunda de posições em conflito. Em regimes híbridos como o nosso há a voz do dono, a que se segue um respeitoso silêncio. E o dono disto tudo, que sabe pouco mas sabe colher os benefícios do medo, convenceu-se de que lançar resmas de "medidas", por grotescas, cómicas, inúteis ou perigosas que sejam, é o caminho para simular "eficácia" e, um bocadinho paradoxalmente, manter elevados os níveis de pânico. Por um lado, o truque ajuda a garantir o sucesso eleitoral do PS, para cúmulo numas eleições em que a oposição plausível abdicou de o ser. Por outro lado, entretém as massas com pantominices e facilita a impunidade dos socialistas para atropelar a lei, o bolso alheio e o ocasional transeunte. (parte de artigo por Alberto Gonçalves no Observador,artigo completo em http://noticias.myweb.vodafone.pt/home)