terça-feira, 10 de junho de 2014


A governação de Passos Coelho falhou em toda a linha. Este já só se aguenta no poder porque não há à vista qualquer alternativa credível.
A equipa de Coelho, Portas e Gaspar, não só não conseguiu tirar o país do beco para onde Sócrates nos tinha atirado, como ainda piorou a situação. As finanças públicas estão num caos. Há milhares de empresas a fechar, o desemprego é galopante. Os mais pobres passam fome, a classe média extingue-se. A coligação PSD-CDS não reduziu a despesa com as estruturas inúteis do estado. Não se baixaram sequer as rendas das parcerias, como preconizava o memorando com a troika.
Caminhamos para o abismo e o maior drama é que nem sequer há alternativa eleitoral. O PS é inconsistente. Seguro é feito da mesma massa de Passos e Relvas. Vindo das juventudes partidárias, não tem mundividência nem currículo. Não se lhe conhece uma ideia. Apenas se sabe que domina bem o aparelho socialista. Seguro é, afinal, um clone de Passos.
Restaria, como opção, a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, apadrinhado por Cavaco Silva. Mas quais seriam as políticas desse seu executivo? Provavelmente, apenas fazer chegar à governação a ala cavaquista do PSD, constituída por gente habituada a bons empregos do estado, negócios fáceis e privilégios; e que está ávida de poder.
E quem seria o preferido de Cavaco para primeiro-ministro? Talvez Rui Rio ou Guilherme de Oliveira Martins. Mas das escolhas de Cavaco há que temer. Recorde-se que foi o atual presidente que, enquanto líder do PSD, nomeou para secretário-geral Dias Loureiro, um dos principais responsáveis pela maior burla financeira do regime, o BPN. Como primeiro-ministro, designou como líder parlamentar um atual presidiário, Duarte Lima. E já recentemente, para liderar o grupo de sua iniciativa "EPIS - empresários pela inclusão social", escolheu João Rendeiro, o responsável pela fraude do BPP. Não se pode pois confiar em quem erra tão clamorosamente em nomeações de tamanha importância.
Os portugueses estão em fim de linha, reféns de um governo incompetente, e não depositam qualquer esperança na oposição. Sabem que o Presidente é desastrado. Só com novos protagonistas poderemos sair deste atoleiro. O regime precisa de uma reviravolta.
Paulo Morais no CM em Março 2013

 E Costa(que tomou o lugar de Seguro no PS entretanto)não será um dos tais protagonistas capazes de nos fazer sair do atoleiro(pelo contrário)acrescento eu.


"O que pusemos em causa em todas as sociedades autoritárias centralizadas(quer se trate do sistema soviético ou dos sistemas capitalistas nos quais o monopólio de facto das decisões nas mãos de algumas grandes forças económicas e políticas é camuflado por ilusões parlamentares e eleitorais),não foi o facto de certas opções fundamentais serem tomadas ao nível da sociedade global;também não foi o princípio da delegação do poder,que é uma necessidade.
O que pusemos em causa foram os mecanismos pelos quais as decisões de "cima" não foram elaboradas a partir de uma participação efectiva e sob um controlo real da base.Foi também o carácter global,permanente e profissionalizado da delegação do poder."

Roger Garaudy in O Projecto Esperança (livro de 1976)


Pedro Passos Coelho -- Best of 2010-2011 - YouTube

«Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo - em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair» - Passos Coelho em 25 Outubro de 2011

"Já alguém se lembrou de perguntar aos mais de 900 mil desempregados no país do que lhes valeu a Constituição até hoje?" -  Pedro Passos Coelho(1º ministro desde Maio 2011), no seu discurso da Universidade de Verão 2013 do PSD.





"O votismo e o parlamentarismo são,em Portugal pelo menos,os agentes mais destrutivos de toda a competência  administrativa. Desde 1836 até hoje,toda a história do liberalismo português subsequente à ditadura filosófica de Mousinho da Silveira é a flagrante demonstração da nossa incapacidade governativa dentro de um regime parlamentar.Dessa estagnação do pensamento nacional na esfera governativa nasceu a progressiva corrupção dos caracteres poluídos e dos costumes progressivamente rebaixados,dando em resultado final a podridão profunda em que nos afundamos."

Ramalho Ortigão in As Farpas na República de 1911